Cerimónia de entrega do Grande Prémio de Romance e Novela ao escritor H. G. Cancela
JOSÉ CORREIA TAVARES - HOMENAGEM
ALMADA | 27 de Outubro de 2018 | Fórum Municipal Romeu Correia

Por ocasião da entrega dos Prémios Literários Cidade de Almada e Maria Rosa Colaço 2018, no dia 27 de Outubro pelas 17h30, na Sala Pablo Neruda, no Fórum Municipal Romeu Correia decorreu uma homenagem ao Vice-Presidente da Associação Portuguesa de Escritores, Dr. José Correia Tavares. O Presidente da Associação Portuguesa de Escritores, Dr. José Manuel Mendes e a filha do escritor, Dr.ª Natércia Tavares marcaram presença com breve depoimento, havendo lugar, à leitura de quadras e poemas.
VIAGEM

Pode ser que esta viagem
tenha a utilidade das coisas
inúteis.

Pode acontecer que tu me leias
e chegues à conclusão que o tempo que perdeste
foi tempo que perdeste.

Mas se me leres
e sentires o que eu quis que tu sentisses,
se conseguir da tua parte
um pouco de ti mesmo
e não a parte de ti
que mostras a toda a gente,

palavra,
fico contente.

DÁDIVA – 1961
O primeiro poema do primeiro livro




Olha,
vai dizer a quem tu queiras
que andar à chuva não molha
quando há sol nas algibeiras!

PORCELAMA – 1972
Eu, o mais fraco dos fortes,
Detestando qualquer meta
Já morrera vinte mortes
Se não fora ser poeta.

Podendo ser o primeiro,
Fundeei nesta enseada,
Meu tempo não é dinheiro,
Vivo de amar e mais nada.

Tenho da palavra o dom
E, de ninguém dependente,
Quando falo neste tom,
Incomodo muita gente.

Minha memória dá brado,
Lembro coisas com prazer,
Quando me virem calado
Devo estar para morrer.

Minha mãe nem a primária
Vida de muitos espinhos
Dizia, nonagenária,
Que velhos são os caminhos.

Longe de rei e rainha
Nasci sem bens de raiz
Mas, com a corda que tinha,
Fui à corte quando quis.

Constando aí meus rigores
Tudo ciência de ouvido
Muitos e grandes autores
Emendei a seu pedido.
Esta noite muda a hora
Já devia ter mudado
Para ver se vem aurora
Mais depressa ao povoado.

Um dia, neste castelo
Só Deus havendo em redor,
Vi o poente mais belo
Nos olhos do meu amor.

Manifesto desacordo,
Que no barco dão azar;
Sem elas connosco a bordo,
O melhor é nem zarpar.

Aqui ou aonde chego
Eu vivo enfim, hora a hora
Livre do desassossego
Como nunca fui outrora.

Longe deste lamaçal
Muito por cima das casas,
Nós dois, noivos de Chagall
Voando mesmo sem asas.

Vencemos fogos em palha,
Ou nos campos, nas cidades,
Mas sendo amor fornalha,
Ninguém apaga saudades.

NA MÓ DE BAIXO
Quando dormi ao relento
No cerco desta cidade,
Sonhei, era meu intento,
Restaurar a liberdade.

Por vingança, certamente,

Mandam em nós uns cretinos,
Que, num passado recente,
Andaram aos gambozinos.

Em mau pano bom remendo
Já nem sei se vale a pena
Pois ninguém obedecendo
Ao povo que mais ordena.

Maré-alta? não te escondas;
Com outros, à beira-mar,
Onde rebentam as ondas,
É que devemos lutar.

Vê o rosto da tristeza,
A miséria envergonhada,
Enquanto servem à mesa
Turistas numa esplanada.

Gosto de cantar cantando
A minha própria canção
E nunca, sujeito ao mando,
Com outros, num orfeão.

Sem nós, os rebocadores,

Barcos pequenos, banais,
Nenhum daqueles maiores
Podia sair do cais.
CERIMÓNIA DE ENTREGA DO GRANDE PRÉMIO DE ENSAIO EDUARDO PRADO COELHO
ACADEMIA DAS CIÊNCIAS DE LISBOA | 27 DE NOVEMBRO | 18H00
O Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho, com o valor de 7.500 euros para ao autor distinguido, instituído pela Associação Portuguesa de Escritores com o  patrocínio da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, destina-se a galardoar anualmente uma obra de ensaio literário, em português e de autor português, publicada em livro, em primeira edição, no ano anterior à da sua entrega. 

Nesta edição, o júri foi constituído por Artur Anselmo, Clara Rocha e Isabel Cristina Rodrigues.

Este galardão, premiou desde de 2010, os escritores Victor Aguiar e Silva, Manuel Gusmão, João Barrento, Rosa Maria Martelo, José Gil, Manuel Frias Martins, José Carlos Seabra Pereira e Isabel Cristina Rodrigues.
Helder Macedo é professor catedrático jubilado (Emeritus Professor of Portuguese) da Universidade de Londres, King's College, onde foi titular da Cátedra Camões (Camoens Professor of Portuguese) até 2004. A sua vasta obra ensaística inclui estudos fundamentais sobre figuras cimeiras da nossa literatura, como Bernardim Ribeiro, Luís de Camões e Cesário Verde. Paralelamente, a sua obra de ficção e de poesia inclui, entre outros, os romances Partes de África (1991), Pedro e Paula (1998) e Tão Longo Amor Tão Curta A Vida (2013), a colectânea Poemas Novos e Velhos (2011) e o recente Romance (2015), um longo poema narrativo que veio quebrar fronteiras literárias e comprovar uma capacidade de inovação renovada em cada obra.
Fonte:  https://www.presenca.pt/
Fotos Fernando Bento
TERTÚLIA EVOCA VITORINO NEMÉSIO
Assinalando os 40 anos da morte de Vitorino Nemésio, a Associação Portuguesa de Escritores vai promover um jantar/tertúlia subordinada ao tema: Nemésio - O Homem e a Obra. Esta sessão, sob coordenação de Luís Machado, terá lugar no dia 24 de Setembro (2.ª feira), pelas 19h30, no Restaurante Clara Jardim, e conta com a participação de António Valdemar, Artur Anselmo, José Manuel Mendes e Rita Patrício.

Vitorino Nemésio nasceu em 1901, na Praia da Vitória (Ilha Terceira, Acores), e morreu em 1978, na cidade de Lisboa. Poeta, ficcionista, ensaísta, crítico, erudito, o autor de “Mau Tempo no Canal”, uma obra prima da ficção portuguesa, foi professor da Faculdade de Letras de Lisboa. Grande comunicador, a sua figura popularizou-se através do programa televisivo “Se bem me lembro”, de que foi autor e apresentador.
Com uma vasta e multifacetada obra, Nemésio cultivou, com invulgar talento, a ficção, a poesia, destacada na sua produção literária, o ensaio, a crónica e a escrita de viagens.

Este jantar/tertúlia, sujeito a marcação prévia, tem um custo unitário de 25 euros e conta ainda, com a participação musical de Carlos Alberto Moniz e, em guitarras de Coimbra, Manuel Borralho, José Ferraz de Oliveira e Manuel Gouveia Ferreira.
Inscrição de jantar e ementa
GRANDE PRÉMIO DE ROMANCE E NOVELA APE/DIRECÇÃO-GERAL DO LIVRO, DOS ARQUIVOS E DAS BIBLIOTECAS - 2017

Atribuído a
O júri, constituído por Isabel Cristina Mateus, Isabel Ponce de Leão, José Carlos Seabra Pereira, José Manuel de Vasconcelos e Paula Mendes Coelho, deliberou, em 24 de Julho, por maioria, atribuir o Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLAB à obra referenciada. Dois dos membros do júri, Isabel Ponce de Leão e José Carlos Seabra Pereira, votaram no romance Para onde vão os gatos quando morrem?, da autoria de Luís Cardoso (Sextante Editora).

Foram admitidos 72 livros publicados em 2017, com a chancela de 35 editoras.

Dotado com 15.000 euros e atribuído a 30 autores - já bisaram 6: Vergílio Ferreira, António Lobo Antunes, Mário Cláudio, Agustina Bessa-Luís, Maria Gabriela Llansol e Ana Margarida de Carvalho -, o Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLAB, instituído em 1982, teve, nesta 36.ª edição, os seguintes patrocínios: Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, Câmara Municipal de Grândola, Fundação Calouste Gulbenkian, Instituto Camões.

A Direcção
José Correia Tavares - Tributo

A Direcção da Associação Portuguesa de Escritores, na primeira reunião após o falecimento do seu Vice-Presidente, decidiu evocá-lo, entre outras iniciativas, num livro de homenagem que, a par dos gestos espontâneos que lhe haviam chegado, coligisse testemunhos daqueles que, segundo sabia sem margem para dúvidas ou equívocos, se inscreviam entre os seus amigos mais prezados. Salvo excepções compreensíveis, todos os convidados corresponderam com prontidão e empenho. Aqui fica, neste limiar da obra, expressa a comovida gratidão da APE (…).

17 de Julho de 2018 | 18h00
Fotos Fernando Bento
Raul Brandão - Um Tributo
Teatro Nacional D. Maria II | 10 de Julho | 18h30
Participação de Maria Helena Serôdio numa abordagem de “Raul Brandão, viagem pelo teatro”
A sessão terminou com uma leitura cénica, a cargo dos actores Rui Mendes e Sofia Sá da Bandeira, com excertos das obras “O Gebo e a Sombra” e “O Doido e a Morte”.
Fotos Fernando Bento
Raul Brandão - Um Tributo
Cinemateca | 3 de Julho | 18h00
Raul Brandão no cinema português
Participação do crítico de cinema João Lopes e das actrizes Leonor Silveira e Maria Amélia Matta.
Exibição dos filmes: “Raul Brandão era um Grande Escritor…”, de João Canijo, e “O Gebo e a Sombra”, de Manoel de Oliveira.
Fotos Fernando Bento
FINALISTAS DO GRANDE PRÉMIO DE ROMANCE E NOVELA
ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA ESCRITORES/DIRECÇÃO-GERAL DO LIVRO DOS ARQUIVOS E DAS BIBLIOTECAS


O júri do Grande Prémio de Romance e Novela APE/DGLAB - 2017, constituído por Isabel Cristina Mateus, Isabel Ponce de Leão, José Carlos Seabra Pereira, José Manuel de Vasconcelos e Paula Mendes Coelho analisou a totalidade das obras admitidas a concurso tendo escolhido uma short list constituída pelas seguintes obras:

A Sociedade dos Sonhadores Involuntários, de José Eduardo Agualusa
As Falsas Memórias de Manoel Luz, de Marlene Ferraz
As Pessoas do Drama, de H.G. Cancela
Mea Culpa, de Carla Pais
Para onde vão os gatos quando morrem, Luís Cardoso

A deliberação final do júri, revelando o livro vencedor do Grande Prémio de Romance e Novela - 2017, será divulgada oportunamente.
ANTÓNIO CARLOS CORTEZ
VENCE O GRANDE PRÉMIO DE POESIA TEIXEIRA DE PASCOAES
APE/C.M. DE AMARANTE - 2017


Um júri constituído por Daniel Jonas, Isabel Cristina Mateus e José Manuel Mendes decidiu, por unanimidade, atribuir o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes APE/C.M. de Amarante ao livro A dor concreta, de António Carlos Cortez (Tinta-da-China).

Da acta destaca-se: “… solidez de um percurso que, evoluindo, se reconfigura em cada momento, caminhando para um depuramento crescente da linguagem poética”.

Nesta edição do Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes, e pela 3.ª vez, destina-se a galardoar anualmente uma obra em português e de autor português, publicada integralmente e em 1.ª edição, obras completas de poesia ou antologias poéticas de autor.

Este Prémio com a coordenação da Associação Portuguesa de Escritores e com o patrocínio da C. M. de Amarante, foram concorrentes as obras publicadas no ano 2017, a título excepcional, e 2016.

António Carlos Cortez nasceu em Lisboa (1976) é, além de poeta, crítico de poesia («Jornal de Letras», «Colóquio/Letras» e «Relâmpago») e ensaísta. É professor de Literatura Portuguesa e de Português no Colégio Moderno, em Lisboa, e investigador do CLEPUL (Centro de Literaturas de Expressão Portuguesa e Lusófona da Universidade de Lisboa). É consultor do Plano Nacional de Leitura e do Clube UNESCO para a Leitura em Portugal.

O valor deste Grande Prémio é de € 12.500,00 (doze mil e quinhentos euros).

A cerimónia pública de entrega do Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes APE/C. M. de Amarante, será oportunamente, anunciada.
HELDER MACEDO
PREMIADO COM O GRANDE PRÉMIO DE ENSAIO “EDUARDO PRADO COELHO”
APE/C.M. DE VILA NOVA DE FAMALICÃO - 2017


Um júri constituído por Artur Anselmo, Clara Rocha e Isabel Cristina Rodrigues decidiu, por unanimidade, atribuir o Grande Prémio de Ensaio “Eduardo Prado Coelho” APE/C.M de Vila Nova de Famalicão ao livro Camões e Outros Contemporâneos, de Helder Macedo (Editorial Presença).

Da acta destaca-se: “…. Contemplando oito séculos de literatura, que o autor torna também contemporâneos da sua própria dicção ensaística, este livro impõe-se pela mestria da sua linguagem, precisa, arguta e inventiva, muito fértil como chão de verdadeira tarefa que é a do ensaísmo literário - pensar a literatura dentro da própria literatura.”

O Grande Prémio de Ensaio “Eduardo Pardo Coelho, instituído pela Associação Portuguesa de Escritores patrocinado pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, destina-se a galardoar anualmente uma obra de ensaio literário, em português e de autor português, publicada em livro, em primeira edição, no decurso do ano de 2017.

O valor monetário deste Grande Prémio é, para o autor distinguido, de € 7.500,00 (sete mil e quinhentos euros) e desde de 2010 distinguiu já Victor Aguiar e Silva, Manuel Gusmão, João Barrento, Rosa Maria Martelo, José Gil, Manuel Frias Martins, José Carlos Seabra Pereira e Isabel Cristina Rodrigues.

A data da cerimónia de entrega do prémio será oportunamente anunciada.
Grande Prémio de Literatura de Viagens “Maria Ondina Braga” APE/C. M. de Braga
Cerimónia de entrega a

Paulo Moura recebe o Grande Prémio de Literatura de Viagens “Maria Ondina Braga”, no próximo dia 29 de Junho, pelas 18h00, no Museu Nogueira da Silva, na cidade de Braga, pela sua obra “Extremo Ocidental - Uma Viagem de Moto pela Costa Portuguesa, de Caminha a Monte Gordo”.
Raul Brandão - Um Tributo
Academia das Ciências | 18 de Junho | 18h00
Três olhares sobre a vida e a obra de Raul Brandão
Comunicações de António Valdemar (Da Foz do Douro à Academia das Ciências), Isabel Cristina Mateus (Sob o Muro, o Espanto: Húmus e Grotesco em Raul Brandão), José Manuel de Vasconcelos (O Escritor e a Literatura Europeia), José Manuel Mendes e Luís Machado.
Fotos Fernando Bento
Ciclo Raul Brandão - Um Tributo

A Associação Portuguesa de Escritores, no âmbito dos cento e cinquenta anos do nascimento de Raul Brandão, vai promover um Ciclo dedicado a esta incontornável  figura da nossa literatura, um pretexto para um reencontro com a personalidade do grande narrador, dramaturgo e memorialista, entre as muitas facetas de uma obra tão singular.

Raul Brandão - Um Tributo”, coordenado por Luís Machado, propõe um programa vasto (preenchido com palestras, mesas-redondas, projecção de filmes) que decorrerá entre os meses de Junho e Julho.

A sessão de abertura decorrerá no próximo dia 18 de Junho (2.ª feira), às 18h00, no Salão Nobre da Academia das Ciências, subordinada ao tema “Três olhares sobre a vida e a obra de Raul Brandão”, contando com a participação de António Valdemar - Da Foz do Douro à Academia das Ciências, Isabel Cristina Mateus - Sob o Muro, o Espanto: Húmus e Grotesco em Raul Brandão, José Manuel de Vasconcelos - O Escritor e a Literatura Europeia, José Manuel Mendes e Luís Machado.

Prossegue na Cinemateca Portuguesa, dia 3 de Julho (3.ª feira), 18h00, com a sessão “Raul Brandão no cinema português”, que reúne o crítico de cinema João Lopes e as actrizes Leonor Silveira e Maria Amélia Matta, em torno da projecção dos filmes “Raul Brandão era um Grande Escritor…”, de João Canijo, e “O Gebo e a Sombra”, de Manoel de Oliveira.

Este ciclo evocativo, as entradas são livres, encerra no Teatro Nacional D. Maria II, no dia 10 de Julho, às 18h30, com a participação de Maria Helena Serôdio, que abordará a temática do teatro - “Raul Brandão, viagem pelo teatro“ - na obra daquele relevantíssimo escritor. A sessão terminará com uma leitura cénica, a cargo dos autores Rui Mendes e Sofia Sá da Bandeira, com excertos das obras “O Gebo e a Sombra” e “O Doido e a Morte”.
Albano Martins (1930 - 2018)
Sentida Homenagem
Associação Portuguesa de Escritores
                                                                               CONVOCATÓRIA


Nos termos do n.º 1 do Artigo 20.º dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral Ordinária da Associação Portuguesa de Escritores para as 16h00 do dia 28 de Maio de 2018, na Sede em Lisboa (Rua de São Domingos à Lapa, 17), com a seguinte Ordem de Trabalhos:

Apresentação, discussão e votação do Relatório e Contas de 2017 e do respectivo Parecer do Conselho Fiscal;

Outros assuntos de interesse associativo.

Não estando presente metade dos sócios efectivos, reunir-se-á a Assembleia uma hora depois, com os sócios presentes, nos termos do n.º 2 do Artigo 25.º dos Estatutos.

Lisboa, 19 de Abril de 2018

                                                  O Presidente da Mesa da Assembleia Geral,
                                                                        
                                                                                    Mário Cláudio
Júlio Pomar
(1926-2018)
Sócio Honorário da APE
PE
Transcrição do telegrama do Presidente da Direcção à família de Júlio Pomar:

José Manuel Mendes, por si e enquanto Presidente da Associação Portuguesa de Escritores, exprime o seu sofrido pesar pela morte do sócio e inesquecível Amigo Júlio Pomar, figura cimeira da cultura portuguesa, abraçando os familiares e próximos, com emoção, neste transe de dor.
MÁRIO CLÁUDIO VENCE
O GRANDE PRÉMIO DE CRÓNICA E DISPERSOS LITERÁRIOS
ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ESCRITORES/CÂMARA MUNICIPAL DE LOULÉ 
Um júri constituído por Cândido Oliveira Martins, Carina Infante do Carmo e Carlos Albino Guerreiro, decidiu por unanimidade, atribuir o Grande Prémio de Crónica e Dispersos Literários APE/C.M. de Loulé ao livro A Alma Vagueante, de Mário Cláudio (Minotauro).

Da acta destaca-se: “…a brilhante qualidade da sua escrita; o enorme poder de sugestão dos perfis delineados; e a singularidade de serem crónicas sobre personalidades merecedoras de homenagem, enquanto relevantes criadores da cultura portuguesa.”

Nesta 3.ª edição do Grande Prémio de Crónica e Dispersos Literários, instituído pela Associação Portuguesa de Escritores com o patrocínio da C. M. de Loulé, concorreram obras publicadas em 2017. Foram já distinguidos os autores José Tolentino Mendonça e Rui Cardoso Martins

O valor monetário deste Grande Prémio é, para o autor distinguido, de € 10.000,00 (dez mil euros).

A cerimónia de entrega do prémio terá lugar no Dia do Municipio, na manhã de 10 de Maio, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, em Loulé.
Abertura do Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco APE/C. M. de Vila Nova de Famalicão
Destina-se a galardoar anualmente uma obra em português, de autor português ou de país africano de expressão portuguesa, publicada em livro em 1.ª edição no ano de 2017.
Candidatura até ao dia 25 de Maio.
Consulte o regulamento aqui

Abertura do Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes APE/C. M. de Amarante
O Prémio destina-se a Obras Completas de Poesia ou Antologias Poéticas de autor
Prazo termina no dia 27 de Abril

Consulte o regulamento aqui

PAULO MOURA VENCE A 1.ª EDIÇÃO DO
GRANDE PRÉMIO DE LITERATURA DE VIAGENS MARIA ONDINA BRAGA APE/C.M. DE BRAGA


Um júri, coordenado por José Manuel Mendes, constituído por António Mega Ferreira, Guilherme d’Oliveira Martins e Helena Vasconcelos atribuiu, por unanimidade, o Grande Prémio de Literatura de Viagens Maria Ondina Braga ao livro Extremo Ocidental - Uma Viagem de Moto pela Costa Portuguesa, de Caminha a Monte Gordo, de Paulo Moura (Elsinore).

Na acta o júri consta: “…Extremo Ocidental de Paulo Moura resulta pelas suas características singulares - a viagem como redescoberta do próprio país - e pela sobriedade encantatória da sua escrita.”

Nesta 1.ª edição da Grande Prémio de Literatura de Viagens Maria Ondina Braga, instituído pela Associação Portuguesa de Escritores com o patrocínio da Câmara Municipal de Braga, concorreram, as obras saídas no ano de 2016, e a título excepcional, 2015.

O valor monetário deste Grande Prémio é, para o autor distinguido, de € 12.500,00.

A cerimónia de entrega do prémio será anunciada oportunamente.
GRANDE PRÉMIO DE ENSAIO EDUARDO PRADO APE/C.M. VILA NOVA DE FAMALICÃO
ABERTURA DE CONCURSO - Prazo de entrega até 27 de Abril


Encontra-se aberto o Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho, instituído pela Associação Portuguesa de Escritores com o alto patrocínio da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão. A presente edição destina-se a galardoar anualmente uma obra de ensaio literário, em português e de autor português, publicada em livro, em primeira edição, no ano de 2017.
(1921-2018)
A Associação Portuguesa de Escritores evoca Natália Nunes, com profundo apreço e saudade, lembrando a sua obra de admirável narradora e ensaísta bem como, entre as suas acções de cidadã empenhada, tudo quanto fez, nas horas difíceis, para que esta Casa nascesse e se consolidasse.

A Direcção
                             José Correia Tavares

O José Correia Tavares era uma personalidade incomum. Não só pelos talentos, modos, trajectos criativos. Não só por essa dádiva sem fim à Associação que também ajudou a fundar. Num tempo hirsuto, ao lado de quantos, desde José Gomes Ferreira (à luz de Aquilino, entre mais), lhe deram a configuração que assumimos e prolongaremos no interior da comunidade cultural. Não só na arte de conceber, afeiçoar - sem nunca prescindir de um acurado sentido crítico -, pôr em movimento, na Sede ou fora dela, em vários lugares do quotidiano das Letras, projectos que honram a instituição à qual pertencemos. Digo, por exemplo, Grande Prémio de Romance e Novela e sei que, assim, torno peculiar a evidência do seu rosto: escrúpulo, critério, trabalho meticuloso, um jeito nas sessões que ninguém deixava ou deixará de destacar. Não, não só estes traços de uma jornada pública, tantas vezes sem que a procurasse ou dela fizesse o mínimo alarde.
O José Correia Tavares, Vice-Presidente da APE, exerceu com esmero e ético aprumo uma função nunca dissociada dos sócios, tanto na relação com cada um como na defesa dos interesses colectivos. Inclusivo, atento, generoso, acolhia quem chegava segundo uma regra de cordialidade sem cálculo. Acudia-lhes, quando necessário, a troco de nada: na revisão de um texto, nos juízos pertinentes sobre originais, nas soluções que encontrava para circunstâncias difíceis. Dou testemunho, o testemunho incisivo do velho companheiro, como podem dá-lo os membros dos órgãos sociais e, pelo convívio estreito, a Maria Seizete, a Paula Trindade, que aí estão, nas quais tanto me revejo também.
Tendo pertencido a numerosos júris, amiúde enquanto coordenador, adquiriu o prestígio do homem culto, competente, infatigável e sério cujas escolhas, pela clarividência e por uma ponderação buscando o melhor dos escritos sob escrutínio, acabavam por revelar-se as menos prescindíveis. Estivemos juntos numas quantas mesas de veredicto. Nenhuma dúvida no que afirmo. Como nenhuma dúvida tenho (apetece o plural: temos) a propósito das mil formas com que, aquém e além dos desacordos, quem não viveu essa experiência tão inerente à dialogia e aos processos de acção em grupo?, nos enriqueceu a humana viagem a caminho do ocidente, ande por agora longe ou perto o cabo de finisterra. Guardo, guardamos dele as estórias, os dizeres certeiros, o humor terno e corrosivo, as manifestações satíricas (acima de tudo em matérias da política fátua e primária, dos costumes e taras sociais), os repentes de uma espécie de ira furtando-se ao rancor, a vastíssima gama dos instantes de amenidade, bonomia, inquietação com as nossas saúdes (Cuida de ti, ouvia eu, ouvíamos, a expressão contristada), regalos - regalos, sim, basta que recordemos as ofertas de pequenas preciosidades sem porquê -, o riso agregador, o instinto solidário diante dos injustiçados. Uso um vocábulo que enuncia na perfeição o seu apego irredutível à ideia de Justiça, à liberdade, jamais instrumental, ao humanismo dos elos decisivos.
O Correia Tavares, José Correia de Jesus Tavares
(desculpa, chamava-te Zé, apenas uma sílaba, uma sílaba sem igual, e tu preferiste o Zé Manel logo no início, só os muito íntimos me tratam dessa maneira, verás porque recorro ao teu nome por extenso), foi sempre um cidadão íntegro, que não confundiu nem tolerou que tentassem confundi-lo, e um poeta singularíssimo, como os seus apurados livros demonstram. Aí estão, com prefácios de autores por si convidados na base do apreço e da gratulação, a par da qualidade de leitura, uma instância regulada à margem dos cálculos comerciais ou do elogio fácil. Estão, constituem proeminência e resíduo do que em si se achava esculpido no magma essencial. Faltam alguns, que concluíra, o último dos quais (magnífico a avaliar pelas quadras que me leu ao telefone nas duas semanas antes do acidente vascular) volvia às incisões de uma atmosfera rememorativa, genealógica, familiar, presente no belíssimo Velhos são os caminhos, fala-verso da mãe nonagenária e sem estudos, com relevo para o amor a Maria José, amor-raiz, amor no absoluto, na partilha e interdependência, Maria José que há uma semana perdemos, e à querida Natércia, querida de seu pai, por mim, por nós querida, que agora abraço em pleno enlace de dor e afectividade.
O José Correia Tavares radicará doravante, vivido o luto, no melhor que, iluminados pelo seu percurso, empreendermos. Ele teve sempre uma Casa de duas folhagens, aquela em que morava, ali à Junqueira, e a APE. Não saberemos agradecer-lhe o legado imenso distantes das lições da sua vida. Ser-lhe-emos um prolongamento plural. E comovidamente adstrito. Até breve: até logo, até amanhã, dilecto amigo.

José Manuel Mendes

(Este texto foi lido por Luís Machado no funeral, uma vez que o presidente se encontrava à mesma hora em Amarante, em nome da APE, no acto de entrega do Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes)
Quadras de José Correia Tavares escolhidas e lidas pela filha Natércia Tavares
                  
Apesar do que se passa,
Não chores, ri outra vez,
Quando a vista fica baça,
Nós perdemos lucidez.

Entre chegada e partida,
Alegrias e tristezas,
No bolo da minha vida,
Todas as velas acesas.

Recuso qualquer prebenda,
Meu peso em ouro de lei,
Não esperem que me renda,
Pois isso nunca farei.

Digo nesta redondilha,
Sem ela me ser pedida,
Que mãe e mulher e filha
As paixões da minha vida.

Tu chama, eu sou a vela,
Num altar inominado,
Sem esta não há aquela,
Dar luz juntos, nosso fado.

Embora ao longo da vida
Tenha tido alguns amores,
Bandeira, na despedida,
Só quero a dos Escritores.

Mãos dadas à minha volta,
Quando partir, rumo aos céus,
Eu preciso duma escolta,
Para me encontrar com Deus.

Somos nós, a escolta de José Correia Tavares.
Grande Poeta, Homem excepcional… e pai da Natércia.

     Muito Obrigada!
José Correia Tavares
(1938-2018)
É com o mais profundo pesar que vos dou conta do falecimento do nosso dilecto Vice-Presidente da Direcção José Correia Tavares, na manhã de hoje, na sequência de um AVC, após internamento hospitalar desde 15 de dezembro.
O que devemos todos, enquanto Associação, ao trabalho que aqui empreendeu ao longo de uma vida, à sua afabilidade e energia, ao seu talento e apego às causas comum, é inestimável. A maior de todas as homenagens que podemos prestar-lhe, já dentro do que na saudade se fez dor, "mágoa sem remédio", será sempre preservá-lo, nos passos de uma evidência invulgar, no que melhor empreendermos no tempo em devir.
O corpo do nosso dirigente e fraterno amigo estará em câmara ardente na Igreja da Nossa Senhora da Ajuda (na Boa-Hora), amanhã, a partir das 19h00, realizando-se o funeral no dia 20 de Janeiro, às 12h30, para o cemitério do Alto São João, onde pelas 14h00 será cremado.
A APE expressou, momento a momento, a sua solidariedade à filha, Dr.ª Natércia, e as condolências, neste transe de luto, aos familiares.
Consternado, abraça-vos

José Manuel Mendes
Presidente da Direcção

Maria José Casado Fernandes Tavares
(1938-2018)
A Associação Portuguesa de Escritores, com o mais profundo pesar, leva ao conhecimento dos seus associados o falecimento da Dr.ª Maria José Casado Fernandes Tavares, esposa do seu Vice-Presidente Dr. José Correia Tavares, a quem é devida uma sentida homenagem, e, expressando a sua solidariedade a toda a família, informa que o corpo se encontra na Igreja da Boa Hora, decorrendo o funeral no dia 13, pelas às 12h30 terá lugar a Missa de corpo presente, com saída para o cemitério do Alto São João pelas 13h00, onde será cremada pelas 14h00.
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